INTRODUÇÃO: A população pediátrica corresponde a menos de 1% dos implantes de marcapasso e possui desafios peculiares. Este estudo tem o objetivo de revelar o perfil dos pacientes pediátricos submetidos a cirurgias de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis e taxas de complicação.
MÉTODO: Estudo observacional retrospectivo de análise de prontuários de pacientes com até 18 anos de idade, submetidos a cirurgias de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis entre 2009 e 2014 no Instituto Nacional de Cardiologia, sobre variáveis clínicas e cirúrgicas e complicações.
RESULTADOS: Entre 2009 e 2014, 51 pacientes foram submetidos a 57 cirurgias, dos quais 60,8% eram do sexo feminino. A média de idade foi de 8,32 anos. Cardiopatia congênita foi encontrada em 60,8% dos pacientes e cirurgia cardíaca prévia, em 76,4%. As principais indicações para dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis foram bloqueio atrioventricular total pós-operatório (40,4%) e bloqueio atrioventricular total congênito (31,6%). Dentre as cirurgias realizadas, destacam-se implante de marcapasso bicameral (38,6%) e implante de marcapasso monocameral ventricular (28,1%). Em 44 cirurgias de implantes, 72,7% foram endocárdicos. Ocorreram 3 complicações (5,3%).
CONCLUSÃO: Na população pediátrica sujeita a implante de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis, a escolha do sistema de estimulação cardíaca, a técnica de implante, a programação e o acompanhamento devem ser criteriosos. As taxas de complicação foram baixas. A melhor compreensão dessa população pode auxiliar na definição de diretrizes para seu tratamento.
Palavras-chave: Marcapasso Cardíaco Artificial; População; Pediatria; Endocárdicos; Segurança.