Histórico: A terapia de ressincronização cardíaca (TRC) melhora a qualidade de vida, a classe funcional da NYHA, a capacidade para o exercício e diminui as internações de pacientes portadores de insuficiência cardíaca severa e QRS alargado. Em indivíduos com outras formas de insuficiência cardíaca, os benefícios da TRC permanecem incertos.
Objetivo: Identificar subgrupos de pacientes portadores de insuficiência cardíaca e que podem ser beneficiados pela estimulação biventricular.
Casuística e Método: Foram avaliados 144 pacientes com insuficiência cardíaca submetidos à TRC após três meses de seguimento. Dados demográficos, ecocardiográficos, eletrocardiográficos e clínicos foram verificados para avaliar os resultados da classe funcional e da duração de QRS pré e pós-implante.
Resultados: Identificou-se 20, 88 e 36 pacientes nas classes funcionais II, III e IV da NYHA, respectivamente. Trinta e quatro tinham estimulação ventricular direita e outros 29, QRS com duração
< 150 ms. Pacientes situados na classe funcional II da NYHA na avaliação inicial apresentaram melhora significativa da fração de ejeção ventricular esquerda e índices de remodelagem do ventrículo esquerdo após a TRC. Achados similares foram encontrados no subgrupo com estimulação ventricular direita e que depois foram submetidos à TRC. Todavia, no subgrupo com QRS estreito, não houve mudanças significativas nos índices de remodelagem ventricular esquerda ou na classe funcional da NYHA e sim aumento significativo da duração do QRS. Para o grupo de estudo como um todo, a TRC promoveu melhora da classe funcional, com significativa diminuição dos resultados clínicos adversos.
Conclusões: Pacientes com insuficiência cardíaca, classe funcional II da NYHA e estimulação ventricular direita aparentemente se beneficiaram da TRC.
Palavras-chave: terapia de ressincronização cardíaca, classe funcional NYHA, estimulação ventricular direita, insuficiência cardíaca, duração de QRS